09 dezembro 2011

Simbolismo Numérico




A terça parte das hostes celestiais banida do céu (D&C 29:36), um rio que se dividia em quatro braços (Gênesis 2:8-10), um livro selado com setes selos, o nome do Senhor evocado dez vezes em uma oração (Helamã 11:4,10-16), um jejum de quarenta dias e quarenta noites (Mateus 4:2), Seiscentos e sessenta e seis como o número da besta (Apocalipse 13:18), cento e quarenta quatro mil servos selados sendo doze mil de cada tribo de Israel (Apocalipse 7:4-8). Muitas vezes deparamos com números nas escrituras e podemos pensar que são um mero detalhe, uma simples informação. Contudo, a maioria desses numerais que se repetem pelo texto escriturístico podem ter consigo um simbolismo que irá realçar e até mesmo ampliar nosso entendimento sobre algum aspecto do evangelho.

A lista abaixo é uma breve explicação dos simbolismos contidos nos números mais comuns nas escrituras e foi elaborada por Alonzo L. Gaskill, sud, Ph.D. em estudos bíblicos para seu livro The Lost Language of Symbolism: An Essential Guide for Recognizing and Interpreting Symbols of the Gospel (A Linguagem Perdida do Simbolismo: Um Guia Essencial Para Reconhecer e Interpretar Símbolos do Evangelho)da Deseret Book. Saber interpretar os símbolos contidos em cada número certamente tornará muitos trechos das escrituras mais significativo para nós em nosso estudo.


1/3: Um símbolo para a idéia de que os limites foram fixados e o poder é limitado.

2: Como um símbolo em camadas, implica oposição, separação e bem contra o mal. Em hebraico ele representa a força da vida, poder criativo e a união entre o masculino e o feminino. Sob a lei de Moisés, está relacionado a necessidade canônica, afim de sustentar uma acusação contra alguém.

3: Um símbolo da Trindade e envolvimento divino, apoio ou influência. Por esta razão está fortemente associado com a expiação de Cristo.

3 1/2: Sendo metade de sete, simboliza algo que foi preso no meio do caminho do curso normal.

4: Este número implica plenitude geográfica, ou totalidade, a terra, e da universalidade dos atos divinos.

5: Evoca imagens da graça divina e o homem em um estado caído ou estado mortal.

6: Um símbolo negativo transmitindo a idéia de imperfeição ou défici, imperfeição ou incapacidade de alcançar a plenitude.

7: O mais comum de todos os números simbólicos, representa a plenitude, conclusão, totalidade, perfeição espiritual. No Egito, simboliza a vida eterna.

8: Um símbolo da ressurreição, novos inícios, renascimento, batismo e Cristo.

9: Este símblo evoca a imagens do juízo, finalidade e conclusão (no sentido negativo).

10: Denota "todo de uma parte" ou uma unidade inteira ou completa, as existencias dentro de um todo maior.

11: Um raro símbolo para o pecado, transgressão, perigo, conflito, desordem, imperfeição e desintegração.

12: Representativo do sacerdócio, incluindo seu poder e o direito de governar.

13: Raro nas escrituras, prenuncia a apostasia e é um mau presságio.

24: Assim como acontece com qualquer múltiplo de doze, simboliza a plenitude do sacerdócio ou receber o chamado e eleição.

40: Sugeri um período de aflição, teste, provação ou lamentação.

42: Carrega a mesma conotação de 3 1/2 e 1.260: preso no meio em um curso normal.

144: Assim como acontece com qualquer múltiplo de doze, simboliza a plenitude do sacerdócio ou tornar seguro nosso chamado e eleição.

666: Com o seis como símbolo da imperfeição, a tripla repetição do número seis é normalmente vista como uma "trindade da imperfeição", símbolo de Satanás, a grande e abominável igreja, e o anti-Cristo, todos imperfeitos e todos colocando a si próprios como divino.

888: Representa Cristo.

1.000: Um símbolo para conclusão. Quando associado com outro número, serve para ampliar o significado simbólico do outro número.

1260: Carrega a mesma conotação que 3 1/2 e 42: preso no meio do caminho em um curso normal.

144.000: Assim como acontece com qualquer múltiplo de doze, que simboliza a plenitude do sacerdócio ou tornar seguro nosso chamado e eleição.

A quarta vigília

Há ocasiões em nossas vidas em que oramos e parece que a resposta está demorando. Nessas horas podemos perguntar a nós mesmos sobre o por que disso? Há algum tempo atrás li um livro muito bom sobre este assunto chamado "When Your Prayers Seem Unanswered"(Quando Nossas Orações Parecem Não Respondidas) de S. Michael Wilcox, sem tradução para o português. O autor cita Marcos 6 quando os discípulos enfrentaram um forte vento ao atravessarem o mar da Galiléia em um barco. O relato na escritura nos ajuda a conhecer melhor a maneira de agir do Senhor conosco: "E vendo que se fatigavam a remar, porque o vento lhes era contrário, perto da quarta vigília da noite aproximou-se deles, andando sobre o mar, e queria passar-lhes adiante"(Marcos 6:48).

Se compreendermos como o tempo era dividido na época do Novo Testamento, esta passagem será mais significativa. A noite era dividida em quatro vigílias: A primeira começava às seis da tarde até nove horas da noite. A segunda vigília ia de nove até meia noite. A terceira durava de meia noite até três da manhã. Por último, a quarta vigília era das três até às seis horas da manhã. Os discípulos entraram no barco no final da tarde ou no início da noite. Jesus apareceu para socorrê-los somente na quarta vigília entre três e seis da manhã. Os discípulos tiveram que enfrentar o vento implacável por horas até receber o auxílio do Mestre. O Salvador sabia das necessidades deles e certamente havia um propósito para aquele tempo de espera.

Muitas vezes oramos e aguardamos por uma resposta, um auxílio sem nos dar conta de que o Senhor é um Deus da quarta vigília. Ele sabe que precisamos remar e enfrentar o vento contrário por um tempo pois isso será para o nosso próprio bem (D&C 122:7).
Não seremos fortalecidos no espírito, nem nossa fé será desenvolvida se o Senhor sempre nos socorresse na primeira vigília.

Contudo, no seu livro, o irmão Wilcox lembra que há uma ocasião em que o Senhor sempre será um Deus da primeira vigília: quando clamamos por perdão. É claro que o arrependimento é um processo e certamente levará um tempo para obtermos o pleno perdão. Porém sempre que procurarmos o Senhor com o fito de arrepender de nossos pecados, Ele na mesma hora começará a nos ajudar a sobrepujar o mal e a mudar nossa natureza. Foi esta realidade que Amuleque procurou ensinar:

"Sim, eu quisera que já não endurecêsseis vosso coração, pois eis que agora é o tempo e o adia de vossa salvação; e, portanto, se vos arrependerdes e não endurecerdes o coração, imediatamente terá efeito para vós o grande plano de redenção" (Alma 34:31).

Portanto através das escrituras podemos conhecer melhor o Deus que adoramos. Ao fazer isso,conheceremos melhor a maneira como Ele age conosco. Ele sabe como e quando nos ajudar, seja na primeira ou na quarta vigília.


06 junho 2011

Néfi e Gerenciamento de Carreira


Refletindo sobre a história de Néfi ao ter que construir um navio aprendi uma lição importante sobre gerenciamento de carreira e nossa atitude quando tivermos que fazer mudanças importantes na nossa carreira ou vida.

Em 1 Néfi 17:7-8 lemos:
" E aconteceu que depois de estar eu, Néfi, pelo espaço de muitos dias na terra de Abundância, ouvi a voz do Senhor dizendo: Levanta-te e vai  à montanha. E aconteceu que me levantei e subi à montanha e clamei ao Senhor.
 E aconteceu que o Senhor me falou, dizendo: Tu construirás um navio da maneira que eu te mostrarei, a fim de que eu leve o teu povo através destas águas."
Certamente esse foi um momento crucial de mudança na vida de Néfi. Ele poderia ter questionado o Senhor sobre sua incapacidade de construir um navio, já que em nenhum momento anterior no livro de Mórmon temos indícios de que Néfi fosse um construtor de navios, ou que já tivesse tido essa experiência no passado. Néfi poderia ter desistido, e sua jornada rumo a terra prometida poderia ter terminado ali. Porém, o que vemos é uma atitude diferente, ele diz:
"E eu disse: Senhor, aonde irei a fim de encontrar minério para fundir e fazer ferramentas, com o fito de construir o navio do modo que tu me mostraste? (1 Né. 17:9)"
 Ele aceitou enfrentar o desafio, buscando o auxilio do Senhor e mais do que isso, sabia que o navio seria feito não a maneira como ele queria, mas a maneira do Senhor.

Além de construir o navio, Néfi precisou fazer as ferramentas necessárias para essa construção e enfrentar as queixas de seus irmãos que não acreditavam que ele seria capaz de realizar este trabalho.

Muitas vezes nos deparamos com situações semelhantes nas quais temos que desenvolver novas habilidades e além disso suportar pessoas que ficam constantemente afirmando o quanto somos incapazes de realizar esta nova tarefa. Se dermos ouvidos as nossas inseguranças, não construiremos as ferramentas de que precisamos, e se dermos ouvidos a essas pessoas, não conseguiremos ir muito longe em nosso novo desafio. 

Porém, se tivermos fé no Senhor não daremos ouvidos as nossas inseguranças nem a essas pessoas e afirmaremos, tal como Néfi afirmou, que:
"Se Deus me tivesse ordenado que fizesse todas as coisas, poderia fazê-las. [...] (1 Né. 17:50)" 
Realmente somos capazes de fazer qualquer coisa difícil se tivermos Deus como nosso instrutor. Por isso, quando nos depararmos com desafios em nossas carreiras ou vida pessoal, não devemos recuar e ouvir às murmurações de pessoas como Lamã e Lemuel, que insistem em nos lembrar da nossa incapacidade e sentem-se felizes por desanimar-nos. Devemos dar ouvidos ao que o Senhor nos inspira, pois certamente um novo desafio em nossa vida nos ajudará a sermos pessoas melhores e nossa fé no Senhor será fortalecida se tivermos Ele como nosso instrutor.

Assim como Néfi, devemos nos lembrar que:
"Ora, se o Senhor possui tão grande poder e fez tantos milagres entre os filhos dos homens, por que não pode ensinar-me a construir um navio? (1 Né. 17:51)"
Com certeza nos transformamos em novas pessoas ao passarmos por um desafio. Principalmente quando abrimos nossos ouvidos e coração para que o Senhor nos instrua. 

Em meu quarto possuo a citação anterior escrita da seguinte forma: "Ora, se o Senhor possui tão grande poder e fez tantos milagres entre os filhos dos homens, por que não pode ensinar-me a ..." Logo abaixo coloquei uma pequena lista de mudanças que espero que ocorram em minha carreira e vida pessoal. Dessa forma posso lembrar-me constantemente de minhas metas mais desafiadoras e que com a ajuda do Senhor sou capaz de realizá-las.

Quando tenho que enfrentar um novo desafio também lembro desta citação e substituo "ensinar-me a construir um navio" por ensinar-me a ... vencer tal desafio.

Tal como Néfi, devemos ter o coração preparado para enfrentar quaisquer mudanças nos rumos de nossa carreira ou vida pessoal que o Senhor requeira de nós, tendo a certeza de que Ele irá nos mostrar, de tempos em tempos, de que maneira devemos trabalhar e assim desenvolveremos nossa obra pelo método do Senhor, que certamente é muito superior ao dos homens. (1 Né. 18:1-2)

22 abril 2011

Seu Sagrado Nome - Uma Declaração de Páscoa



Presidente Monson no vídeo:

"(...) em nossos momentos de maior tristeza, podemos encontrar profunda paz nas palavras do anjo proferidas naquela primeira manhã de Páscoa: “Ele não está aqui, porque já ressuscitou (...)Como uma de Suas testemunhas especiais na Terra hoje, neste glorioso domingo de Páscoa, declaro que isso é verdade, em Seu sagrado nome, sim, em nome de Jesus Cristo, nosso Salvador. Amém"

24 dezembro 2010

Leí, Néfi e os Magos


Dentre os personagens da história do natal narrada nas escrituras,sempre tive curiosidade sobre os magos que seguiram a estrela ao encontro do menino Jesus.Há algum tempo encontrei um texto bastante interessante que quero deixar como sugestão de leitura para esta época natalina: "O Livro de Mórmon Desvenda o Mistério do Natal?" de Gerge Potter da Ancient America Foundation. Neste texto o autor faz uma interessante ligação entre a viajem dos magos narrada no Novo Testamento e de Leí e sua família contada no Livro de Mórmon.

Embora tenham ocorrido em épocas diferentes, é possível que a caravana liderada por Leí e Néfi tenha influenciado na busca dos magos pelo menino Messias. No texto, George Potter explica que os magos vieram do leste e que na Bíblia o termo leste é usado para definir a região da Arábia. O autor relembra que Leí e sua família passaram oito anos na região Arábica e mais algum tempo enquanto o navio era construído. Durante este tempo, certamente Leí e Néfi pregaram o evangelho naquela região (D&C 33:7-8). Uma das revelações recebidas por Leí no sul da Arábia era que o Messias nasceria entre os judeus 600 anos após ele ter saído de Jerusalém com seus familiares (1Néfi 10:4). Isso poderia explicar o conhecimento que os magos possuíam de que o Messias nasceria entre os judeus e por isso o procuraram para adorá-lo (Mateus 2:2).

É sempre interessante notar como mais luz pode ser lançada sobre fatos narrados na Bíblia por meio do Livro de Mórmon. Não sabemos com exatidão muito a respeito dos magos: seu nome, local de origem, como obtiveram seu conhecimento sobre o Messias e qual teria sido a influência da pregação de Leí e Néfi nisso. Mas, o que sabemos é que eles sabiam com exatidão que o Messias viria ao mundo e que deveriam vir a Ele para Adorá-lo. Esta é certamente a lição que podemos aprender com eles, de buscar o mesmo conhecimento e ter a mesma atitute.

O texto "O Livro de Mórmon Desvenda o Mistério do Natal?" de Gerge Potter pode ser lido clicando aqui.

12 outubro 2010

O Livro de Mórmon e o Templo

No dia 23 de Setembro de 2010, estava na sala celestial do Templo de Campinas orando por um problema que estava me deixando muito preocupada. Ao terminar a oração estava me sentindo confiante, mas ainda queria uma confirmação mais clara do Senhor de que tudo ficaria bem. Estava prestes a pedir algum sinal quando parei e pensei melhor, achando que isto poderia parecer que eu estava tentando ao Senhor.

Logo em seguida, resolvi pegar o Livro de Mórmon para ler, pois senti que o Senhor teria uma mensagem para mim.

Abri em 2 Néfi 9:9, e li até o final do capítulo. Embora o capítulo todo seja bastante interessante vou destacar alguns versículos que chamaram minha atenção naquele momento.

Este capítulo trata dos ensinamento de Jacó para o povo de Néfi. Logo no início do capítulo vemos o seguinte resumo:
"Os Judeus serão coligados em todas as suas terras de promissão - A expiação resgata o homem da queda - Os corpos dos mortos sairão da sepultura e seus espíritos, do infernos e do paraíso - Eles serão julgados - A expiação salva da morte, do inferno, do diabo e do tormento eterno - Os justos serão salvos no reino de Deus - Declaradas as penalidades para os pecados - O Santo de Israel é o guardião da porta. Aproximadamente 559 - 545 a.C."
Os versículos que mais chamaram-me a atenção encontram-se abaixo com grifos meus.

2 Néfi 9:14 -- " Teremos portanto um conhecimento perfeito de todas as nossas culpas e nossa impureza e nossa nudez; e os justos terão um conhecimento perfeito de sua alegria e sua retidão, estando vestidos com pureza, sim, com o manto da retidão."

2 Néfi 9:41-43 -- "Ó, meus amados irmãos, vinde, pois, ao Senhor, o Santo. Lembrai-vos de que seus caminhos são justos. Eis que o caminho para o homem é estreito, mas segue em linha reta adiante dele; e o guardião da porta é o Santo de Israel; e ele ali não usa servo algum, e não há qualquer outra passagem a não ser pela porta; porque ele não pode ser enganado, pois Senhor Deus é o seu nome.

E a quem quer que bata, ele abrirá; e os sábio e os instruídos e os ricos que são orgulhosos de seu conhecimento e de sua sabedoria e de suas riquezas - sim, estes são os que ele despreza; e a menos que se despojem de todas estas coisas e considerem-se insensatos diante de Deus e humilhem-se profundamente, ele não lhes abrirá.

As coisas dos sábio e dos prudentes, porém, ser-lhes-ão ocultas para sempre - sim, aquela felicidade que está preparada para os santos."

Essas escrituras me fizeram pensar na importância do trabalho do templo que eu acabara de fazer. O quão importante é permanecermos justos e puros, pois seremos dignos de permanecer com o "manto da retidão" e termos um conhecimento perfeito de nossa alegria e retidão.

Precisamos ser sábios e prudentes para que ao batermos o Senhor nos abra, pois o guardião da porta será o próprio Senhor e Ele não pode ser enganado.

Outro versículo que chamou minha atenção nesse mesmo capítulo foi o 44: "Ó, meu amados irmãos, lembrai-vos de minhas palavras. Eis que tiro minhas vestimentas e sacudo-as diante de vós; rogo ao Deus de minha salvação que me olhe com seus olhos que tudo vêem; e sabereis portanto no último dia, quando todos os homens serão julgados por suas obras, que o Deus de Israel testemunhou que sacudi vossas iniquidades de minha alma e que me apresento limpo ante ele e estou livre de vosso sangue."

Neste outro versículo acho interessante o simbolismo dele tirar as vestimentas, sacudi as iniquidades do povo e por fim estar limpo dos pecados do povo. Sendo este um requisito inicial para que ele percorra o caminho estreito e reto citado anteriormente.

Só a título de curiosidade, coloco abaixo uma imagem que representa o olho que tudo vê. 


Este símbolo encontra-se no templo de Salt Lake City.

Planejamento, Fé e Bençãos - Na Busca pelas Placas de Latão

Depois de um tempinho sem escrever, vou mudar um pouco o assunto. Hoje escreverei um pouco sobre como planejamento e fé devem estar presentes para conseguirmos receber as bençãos do Senhor e termos sucesso em nossas ações.

A historia que me fez refletir sobre esses princípios é bem conhecida por muitos SUDs (Santos dos Últimos Dias). Ela está no Livro de Mórmon nos capítulos 3 e 4 de 1 Néfi e conta quando os filhos de Leí tiveram que retornar a Jerusalém para pegar as placas de latão com Labão que era um homem poderoso e tinha vários homens sob seu comando.

O que podemos aprender com essa história é que Néfi e seus irmãos fizeram três tentativas até conseguir adquirir as placas de latão, mas em cada uma dessas tentativas as atitudes deles são diferentes e somente na última tentativa Néfi tem a atitude mais acertada que o permite concluir seu trabalho com sucesso.

O que podemos observar na primeira tentativa é que eles não fizeram um plano de como pegariam as placas. Apenas "lançaram sortes", que caiu sobre Lamã. Este foi até Labão e apenas pediu as placas, mesmo sabendo que tipo de homem era Labão. Eles não criaram nenhuma estratégia, nem algum argumento para ser apresentado a Labão para que este aceitasse entregar as placas.

Na segunda tentativa, eles tinham um plano, que era entregar os seus bens (ouro, prata e todas as suas coisas preciosas) para Labão em troca das placas. Este cobiçou os bens da família de Leí, enviando seus servos para matar Néfi e seus irmãos com o objetivo de se apoderar de seus bens. Objetivo este que foi alcançado, pois Néfi e seus irmãos tiveram que abandonar seus bens para conseguirem fugir dos servos de Labão.

Após esta segunda tentativa, Lamã e Lemuel enfureceram-se com Néfi e seu pai, chegando a agredir seus irmãos mais novos (Néfi e Sam). Foi preciso a intervenção de um anjo para fazer Lamã e Lemuel pararem de agredir seus irmãos, mas esta aparição não foi suficiente para aumentar a fé desses dois irmãos de Néfi,. Mesmo o anjo afirmando que deveriam retornar a Jerusalém, pois o Senhor entregaria Labão em suas mãos.. Nem as palavras de Néfi relembrando que o Senhor é mais poderoso que toda a terra (1 Né. 4:1) fez com que eles ficassem mais confiantes nas promessas do Senhor. Apesar de suas murmurações, eles seguiram Néfi até as muralhas de Jerusalém.

Nessa terceira e última vez, Néfi foi sem ter feito um plano, mas estava sendo conduzido pelo Espírito (1Né. 4:6). Desta forma, Labão realmente foi entregue em suas mãos.

Néfi demonstra sua fé após a primeira e a segunda tentativa quando diz, "Sejamos, portanto, fiéis aos mandamentos do Senhor". (1 Né. 3:16; 4:1) Apesar das dificuldades que haviam terminado de passar, Néfi estava decidido a ser fiel aos mandamentos do Senhor.

Com essa historia aprendemos que Néfi só conseguiu as placas depois de fazer mais do que pedir. Ele planejou. Mesmo seu plano não dando certo, ele demonstrou sua fé no Senhor ao retornar a Jerusalém sem ter elaborado um novo plano, mas sabia que estava sendo conduzido pelo Espírito. Só depois disto, o Senhor fez a sua parte, o milagre.

Para termos sucesso em nossa vida devemos fazer o mesmo, conforme resumo abaixo:

1º) Pedir ao Senhor que nos abençoe com o que precisamos;
2º) Elaborar um plano para alcançarmos o que pedimos;
3º) Ter fé para mudar nosso plano ou até mesmo abandoná-lo ao sermos inspirados pelo Senhor;
4º) Ser conduzido pelo Espírito, ou seja, devemos seguir o plano elaborado pelo Senhor, não o nosso;
5º) Receber o milagre que o Senhor nos oferece, sem ficarmos temerosos ou duvidosos e
6º) por fim, devemos ser gratos assim como Néfi e sua família foi grata por terem conseguido as placas de latão e serem protegidos pelo Senhor durante todo esse processo. ( "E aconteceu que se regozijaram muito e ofereceram sacrifícios e holocaustos ao Senhor; e renderam graças ao Deus de Israel." 1 Néfi 5: 9)